Estamos vivenciando um momento histórico, onde a cultura cibernética, abre vastos horizontes de interação social,possibilitando que os instrumentos de criação e difusão artísticas se amplifiquem.

                        Mesmo assim,propostas artísticas voltadas para a reflexão da realidade social,ainda encontram enormes barreiras para se comunicarem com um público mais amplo.

                       A utilização da internet, geralmente fica restrita a sites e portais mais famosos,redes sociais e ambientes corporativos.

                       Os guetos culturais da vida real se reproduzem no mundo virtual, dificultando o desenvolvimento de intervenções artísticas que pretendem não apenas divertir, mas fazer pensar.

                        São constatações óbvias,mas muitas vezes esquecidas pelos agentes culturais e gestores públicos,que infelizmente se renderam a lógica da Indústria Cultural,mais interessada em gerar lucros para seus investidores.

                       Mas não podemos desanimar.

                       Não achamos utopia tentar utilizar as obras de arte como instrumento para conhecer a natureza humana e a sociedade,buscando transformar as condições objetivas do processo social,ainda marcado pela desigualdade e por condições que as vezes se aproximam da barbárie,fatos injustificáveis, diante de tanta riqueza produzida,paralelo a tantos avanços tecnológicos.

                      Haverá um dia onde isso acabe?

                      É para responder essa pergunta, e tantas outras que aqui não foram feitas,é que criamos obras de arte. Procurando não se desvincular de objetivos artísticos que possam gerar condições positivas de enfrentamento dessa realidade.

                       Produzir uma biopolítica para enfrentar o biopoder,que usa a tecnologia para condicionar mentalidades,ao invés de libertá-las.

                       Os instrumentos de dominação se multiplicam, mas as possibilidades de libertação também.O capital cria as bases matérias da revolução.Que não deve ser direcionada para a tomada do poder político, e sim voltada para produzir novas ações cotidianas.

                    Esse é o horizonte de uma Guerrilha Cultural. Produzir espaços onde a reflexão crítica possa estabelecer novos parâmetros de comportamento,gerando reais possibilidades para que uma verdadeira democracia se estabeleça.